Soneto ao Monte
O pequeno monte caminha só
Caminhar só, já é sina bem triste
Mas do rasto, não se vê nem o pó
Não se move, está parado - já viste.
Parado, e empalado, e entalado
Muito queria que fosse, apenas crise
Gostem ou não, é este o nosso fado
Sorrir, cantar, ter gente que nos pise.
Pela estrada curvilinea, velhinha,
Chegamos ao monte, às obras e jardins
Vemos pomares e horta, muita vinha
Escolas, fábricas - safam-se os patins.
Parado, era afinal pura mentira
Sentimos, retrocede a olhos vistos
Coragem, que a nós ninguém nos vira.
Autarcas, que vitória retumbante
Programas bons, revistos e previstos
Minoria, balido, o bastante!
AFLuís
O Pequeno Monte Caminha Só
É pequeno, pequenino,
Pequenino e apoucado,
Pouco mais que um menino
E tão mal representado!
Não sei se será um monte
Ou apenas um outeiro
Afinal, agora é “monte”
Arrastado num caneiro.
Se assim for terei cuidado
Não vá o diabo tramar
E mesmo assim avisado
O meu pezinho sujar.
Razão tinha o autarca
Não querer o monte parado
A ideia foi p’ra arca
Aqui fica o desagrado.
Mas agora temos voz
Blogue do monte que anda
Une netos e avós
Até assusta quem manda
AFLuís
Mar 2010
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