Calcários da Serra de Aire e Candeeiros dos mais procurados no mundo
A contrastar com o cenário de crise económica que tem vindo a ser traçado na última década, o sector das pedras ornamentais parece sorrir da crise. Os calcários da Serra de Aire e Candeeiros são dos mais procurados em todo o mundo, com 80 por cento da produção a sair para fora de fronteiras. A criação de uma marca que promova e certifique a pedra portuguesa está já a ser trabalhada
Quando tanto se fala de crise, os números relativos ao mercado das pedras ornamentais extraídas do maciço da Serra de Aire e Candeeiros apontam para uma outra realidade, dentro até do próprio sector.
Actualmente, o sector está "em forte crescimento", contrariando a tendência do sector no País e da economia de uma forma geral, afirma Miguel Goulão, secretário-geral da Assimagra - Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins.
"Estamos sempre a ouvir os nossos governantes dizerem que é importante que o País ganhe uma maior competitividade, que tem de exportar mais", quando existe uma zona "onde 80 por cento do que produz é para exportar".
Para Miguel Goulão, estes indicadores fazem com que o sector mereça ser "olhado de forma diferente".
Neste momento, a "procura por parte da China é muito grande". "É um mercado enorme", sendo a procura à dimensão desse mesmo mercado. De tal forma que, a esta altura, "não temos capacidade de produção para dar resposta às necessidades de um mercado como a China, quer ao nível da extracção, quer ao nível da transformação".
"Os calcários [da serra] são dos mais procurados em todo o mundo. E isso é uma vantagem competitiva do nosso produto que não podemos deixar de aproveitar".
Para Miguel Goulão, este é um produto com "uma cultura e identidade muito próprias", razão pela qual o sector tem de ser melhor organizado "ao nível das entidades que o licenciam, que o gerem, como o Ministério do Ambiente, através do PNSAC, o Ministério da Economia e as câmaras". Paralelamente, defende o nosso interlocutor, "é preciso que os empresários ganhem novas responsabilidades". "Eles têm-nas e estão preocupados. Mas é importante ter em atenção os desígnios económicos respeitando o ambiente".
Outro factor determinante é a organização da oferta, por forma a evitar crises como a que está a assolar a região do Alentejo. A chave, diz Miguel Goulão, é não depender de determinados mercados e apostar na promoção.
Ao deixar de promover os produtos, "deixam de estar na moda". "Se não nos preocuparmos em promovê-la [a oferta] desta forma global, deixa de estar na moda, deixa de ser usada".
Criação de marca nacional já em marcha
Uma das estratégias da Assimagra passa pela criação de uma marca, que possa "promover a pedra portuguesa no seu todo", o que deverá acontecer até ao final do ano.
Esta marca, acrescenta Miguel Goulão, terá no entanto de "assegurar o cumprimento de alguns critérios de qualidade". Deverá "não só promover mas certificar o produto como um produto nacional".
Estes critérios são desejáveis "porque a pedra nacional tem propriedades intrínsecas". Através desta marca, "quem compra sabe o que está a comprar" e em que condições.
"O que propomos é criar esta marca para que seja credível junto dos mercados mais exigentes como os EUA".
A par desta marca nacional, será também editado um manual de aplicação da pedra.
Com esta ferramenta, o arquitecto ou o engenheiro saberão "onde aplicar a pedra e de que forma". "É importante clarificar quem usa a pedra. Porque o seu uso correcto é a melhor forma de a promovermos".
De acrescentar que, segundo os números da associação, existem dentro da área do parque um total de 456 unidades extractivas (de pedra em bloco, a ornamental, de calçada, e para produção de cimento ou brita).
Fonte: Diário de Leiria 2006
Naquela altura como agora o aproveitamento das matérias-primas é fundamental na economia desta região, ganha mais sentido quando todos os dias vimos a taxa de desemprego a aumentar e a nossa balança comercial com os outros países a inclinar desfavoravelmente para Portugal, cabe ao nosso poder local e ao governo da Republica a defesa e a promoção deste bem que engorda os cofres das autarquias e do estado em vários milhares de euros, ao promover este sector está-se a contribuir para o seu crescimento e para a consequente criação de empregos e aumento das exportações. A extracção e a transformação em produtos de valor acrescentado enriquecem não só a região como o País e é fundamental na retoma económica que tanto desejamos.
A criação de marcas de qualidade acrescentada é fundamental na promoção dos produtos que queremos ver divulgados no exterior. É da responsabilidade do poder local e do governo que recebe destas empresas impostos, criar condições para que a nível de impacto ambiental haja um plano para que se continue com esta actividade economicamente fundamental para a região reduzindo ao mínimo os danos ao ambiente, aqueles a quem o povo deu o "voto" tem como obrigação promover aquilo que de melhor tem a suas terras, porque ao fazer isso estão valoriza-las.
Temos de ser mais activos nos cargos que ocupamos sob pena de se não o fizermos, cairemos ainda mais nas considerações daqueles que em nós votam, o ser inconformado tem de fazer parte do ADN dos novos políticos bem como em todos empresários.
Num tempo de grande concorrência as inovações são fundamentais a ligação entre os sectores tradicionais de negócio e a sua inovação e promoção é fundamental para darmos um paço em frente rumo ao desenvolvimento não só das regiões como do País, agora mais do que nunca há que estar atento e inovar para que os nossos produtos continuem a ter e a ganhar mercado.
Luis David de Sousa Ribeiro
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